Mulher vendia empadas com carne humana em Garanhuns (PE), diz polícia


A Polícia Civil de Pernambuco informou que uma das três pessoas acusadas de matar e praticar canibalismo em Garanhuns (230 km do Recife) recheava empadas com carne humana e as vendia nas ruas da cidade. A revelação foi feita ao UOL nesta sexta-feira (13) pelo delegado Wesley Fernandes, que está à frente do inquérito que investiga a seita e os supostos crimes praticados pelos acusados, que foram detidos na última quarta-feira (11). Pelo menos três mortes em rituais macabros são atribuídas ao grupo, que mantinha um triângulo amoroso.

Segundo o delegado, a vendedora de empadas seria Isabel Cristina Pires da Silveira, 51. Ela confessou em depoimento que colocava restos da carne humana das vítimas nos salgados vendidos pela cidade. “Uma pequena quantidade de carne desse ritual que o trio realizava servia para rechear essas empadas. Ela era vendedora ambulante conhecida aqui na cidade. Ela vendia em bares e restaurantes, circulando pelas ruas. Com certeza muita gente comeu empada vendida por ela”, disse o delegado.


Cômodo da casa onde o trio teria assassinado ao menos duas mulheres, em Garanhuns (PE). A filha de cinco anos do casal ajudou a polícia a encontrar os cadáveres, enterrados no quintal do imóvel


Além de Isabel, também foram presos Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 50, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25. Eles são acusados do assassinato de duas mulheres em Garanhuns: Gisele Helena da Silva, 31, e Alexandra Falcão, 20, tiveram os restos mortais encontrados no quintal da casa onde o trio morava, no bairro Liberdade, em Garanhuns. As duas estavam desaparecidas desde o início do ano.


Além das duas mortes em Garanhuns, a polícia informou acreditar que o grupo é autor de outro crime, ocorrido em Olinda –região metropolitana do Recife--, em 2008. Segundo o delegado, o trio teria criado uma seita macabra, cujo objetivo seria “conter o avanço da humanidade.”

Além de matar, eles comiam a carne porque acreditavam na purificação. Parte da carne era servida a uma criança de cinco anos que morava com o trio e que seria filha da primeira vítima, Jéssica Camila, então com 17 anos. Uma das acusadas, Bruna usava os documentos de Jéssica e chegou a fazer compras usando identidade falsa em lojas de Garanhuns.

“Está “99% confirmado que esse primeiro crime, em 2008, foi praticado por eles. Se tratou de um mesmo ritual em que eles matavam a vítima com arma branca, drenavam o sangue, esquartejavam, comiam uma parte da carne e enterravam os demais pedaços”, disse Wesley.


Parte das anotações que narram trechos dos assassinados cometidos em Garanhuns (PE) Alexandre Gondim/JC Imagem/AE


A polícia já encontrou os familiares de Jéssica Camila, que confirmaram que a menor e o corpo da vítima estão desaparecidos desde 2008. A menor está sob guarda do Conselho Tutelar e já revelou que presenciava as mortes, dizendo que os pais "iriam mandar a mulher para o inferno."

“Úteros malditos”

O delegado explicou que as vítimas do grupo sempre eram mulheres, já que elas teriam “úteros malditos, que geravam filhos”. A atração das mulheres até os acusados se dava por meio de oferta de empregos.

“Eles dizem que era um ritual para purificar a alma, pois a ‘Bíblia’ diria para matar e comer. E eles não podiam desperdiçar. Eles faziam igual carne de boi: esticavam na geladeira de casa, desfiavam e comiam. Segundo depoimento, a carne durava quatro dias até o consumo total”, disse.

Uma quarta vítima –uma jovem do município de Lagoa do Ouro-- já estaria com data certa para morrer. “Ainda bem que essa nova vítima escapou, mas já existia todo um plano para matá-la, da mesma forma das outras vítimas.”

Na casa onde o trio vivia, em Garanhuns, a polícia também encontrou um livro com vários relatos macabros da morte. O texto chegou a ser registrado em cartório, no final do mês passado, com o título "Revelações de um esquizofrênico". O material está sendo analisado pelos policiais.

Os três presos já foram encaminhados para presídios na região e estão à disposição da Justiça. Negromonte está detido na cadeia pública de Garanhuns, enquanto as duas mulheres foram levadas para Colônia Penal Feminina de Buíque.

“Quando a Bruna chegou ao presídio feminino, ao ser oferecido a refeição, ela disse que não comia aquele tipo de carne, só comia carne humana. As outras presas de cela ficaram revoltadas, e já soube que as duas mulheres foram separadas para evitar problemas”, informou Wesley.  Fonte: UOL

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3 comentários:

  1. Nossa, que triste isso. impressionante. Morei em Gus por um ano.

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  2. Meu Deus, pensar que isto ainda exite e o pior eles não são os primeiros e nem serão os últimos!
    O que faz uma leitura mau interpretada!
    Beijo no coração

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  3. Que história, hein?! Mal dá para acreditar!

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