O duelo já tem data marcada: 7 de março, em Los Angeles, no palco do Kodak Theatre, na Hollywood Boulevard. Ali, na festa de entrega do Oscar, vai se resolver uma disputa fundamental na atual indústria do cinema: que caminho o prêmio deve tomar nos próximos anos? Deve voltar a apoiar os filmes de grande bilheteria, que têm sido a base de Hollywood todos estes anos, ou continuar a linha recente de prêmios entregues a filmes independentes (como o vencedor do ano passado “Quem quer ser um milionário?”)?
Essa luta discreta, que tem sido travada nos bastidores da indústria do cinema americano, tem seu primeiro ‘round’ em 17 de janeiro, com a entrega do Globo de Ouro, prêmio dado pela Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood (Hollywood Foreign Press Association).
A crescente importância do Globo de Ouro deve-se à credibilidade que vem conquistando nos últimos anos e no fato de que ele é anunciado justamente quando os membros da Academia estão com as cédulas em mãos, prontos para votar nos seus indicados, que serão divulgados em 2 de fevereiro.
É logicamente difícil assistir a todos os filmes lançados no ano, e uma indicação ao Globo de Ouro pode influenciar um membro votante da Academia a assistir a filmes que estrearam no começo do ano passado e que talvez já estejam esquecidos, ou mesmo aqueles cujos lançamentos tenham passado despercebidos.
O Globo de Ouro indica dez filmes na principal categoria, mas divididos em drama e comédia e/ou musical. A Academia, neste ano, resolveu fazer algo parecido, expandindo para dez o numero de finalistas. As outras categorias principais (diretor, ator, atriz, atores coadjuvantes, etc.) continuam com cinco concorrentes cada.
Após anunciarem essa mudança, muitos críticos e analistas questionaram se teríamos dez grandes filmes –considerando o ano ainda conturbado pelas consequências da greve dos roteiristas, pela complexa negociação do contrato dos atores e tambám pela crise econômica que cancelou vários projetos e diminuiu o numero de filmes produzidos anualmente.
A indústria passa por uma fase de transição, que se revela na qualidade dos filmes. Mas, curiosamente, isso não afetou as bilheterias. Ao contrário, este ano marcou novos recordes, com vários sucessos como “A proposta”, “Harry Pottter e o enigma do príncipe”, “Transformers – A vingança dos derrotados”, “Ser beber não case” e, neste fim de ano, com os êxitos de “Sherlock Holmes” (que já passou de US$ 165 milhões), “Alvin e os esquilos 2” (US$ 178 milhões), “The blind side” (US$ 219 milhões) e principalmente “Avatar” (veja o trailer acima) , que já arrecadou aproximadamente US$ 429 milhões nos Estados Unidos e mais de US$ 1,19 bilhão internacionalmente.
Ampliar para dez os indicados a melhor filme é garantia de que os blockbusters deste ano não fiquem de fora, como aconteceu no ano passado com “Batman - O cavaleiro das trevas”, cuja ausência foi lamentada e criticada por muitos. Filmes de ficção-científica como “Distrito 9” e “Star Trek”, que em anos anteriores marcariam presença nas categorias técnicas, têm sido incluídos nas listas dos top 10 de vários críticos, e foram indicados ao prêmio de melhor filme pelo Sindicato dos Produtores (os mesmos que votam na Academia).
“Avatar”, que com certeza ganhará todos os prêmios técnicos no Oscar, terá grandes chances de levar também a estatueta de melhor diretor e filme. Além disso, o sucesso dessas produções atrairá a atenção dos fãs para a festa de premiação, como já aconteceu em anos anteriores com “O senhor dos aneis”. E é justamente o que a Academia deseja no momento: aumentar os índices de audiência de seu show.
De acordo com as indicações já divulgados pelos sindicatos e por outras associações de críticos, veja abaixo prognósticos dos possíveis concorrentes ao Oscar nas categorias principais:
MELHOR FILME
“Amor sem escalas”
“Avatar”
“Bastardos inglórios”
“Distrito 9”
“Educação”
“Guerra ao terror”
“Invictus”
“Preciosa”
“Star trek”
“Up”
Outro possíveis indicados: “Nine”, “A single man”, “Um homem sério”, “The messenger”.
MELHOR DIRETOR
James Cameron (“Avatar”)
Quentin Tarantino (“Bastardos inglórios”)
Jason Reitman (“Amor sem escalas”)
Lee Daniels (“Preciosa”)
Kathryn Bigelow (“Guerra ao terror”)
Outro possivel indicado é Clint Eastwood (“Invictus”).
MELHOR ATOR
Jeff Bridges (“Coração louco”)
George Clooney (“Amor sem escalas”)
Colin Firth (“A single man”)
Morgan Freeman (“Invictus”)
Jeremy Renner (“Guerra ao terror”)
Outros possíveis indicados: Daniel Day-Lewis (“Nine”), Michael Stuhlbarg (“Um homem sério”), Tobey Maguire (“Brothers”), Ben Foster (“The messenger”)
MELHOR ATRIZ
Sandra Bullock (“The blind side”)
Helen Mirren (“The last station”)
Carey Mulligan (“Educação”)
Gabourey Sidibe (“Preciosa”)
Meryl Streep (“Julie e Julia”)
Outras possíveis indicadas: Melanie Laurent (“Bastardos inglórios”), Emily Blunt (“The young Victoria”), Penélope Cruz (“Abraços partidos”)
ATOR COADJUVANTE
Matt Damon (“Invictus”)
Woody Harrelson (“The messenger”)
Christopher Plummer (“The last station”)
Christoph Waltz (“Bastardos inglórios”)
Stanley Tucci (“The lovely bones”)
Outros possível indicado é Christian McKay (“Me and Orson Welles”).
ATRIZ COADJUVANTE
Vera Farmiga (“Amor sem escalas”)
Anna Kendrick (“Amor sem escalas”)
Mo’nique (“Preciosa”)
Diane Kruger (“Bastardos inglórios”)
Outras possíveis indicadas: Juliane Moore (“A single man”), Samantha Morton (“The messenger”).
Fonte: G1
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